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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mais de 30% dos casos de Depressão não são diagnosticados


Segundo o Tratado de Psiquiatria Clínica de Hales e Yudofsky (2006), nos EUA, o risco para a vida toda de um episódio depressivo maior é calculado em cerca de 6% e a prevalência de Distimia (um tipo de depressão branda, mas crônica) é 3 a 4%. Segundo esses autores a prevalência de todos os transtornos depressivos é de 9 a 20%, o que torna os transtornos do humor os problemas psiquiátricos mais comuns na atenção primária. Além disso a incidência é mais alta em pacientes com doenças médicas e está associada a um maior uso de serviços de saúde em geral. A incidência em mulheres é em torno de duas vezes superior a dos homens.
É importante salientar que cerca de 10 a 15% dos pacientes com diagnóstico de Transtorno Depressivo Maior em algum momento vão receber um diagnóstico revisado de Transtorno Bipolar, principalmente pelo fato de que na maioria dos casos um episódio depressivo precede um episódio de mania / hipomania.
A doença depressiva vem sendo apontada como um grave problema de saúde pública e relacionada à elevados custos sociais e risco de suicídio. Souza, Fontana e Pinto (2005) situaram as depressões como o fator de maior prejuízo pessoal, funcional e social da atualidade.
Segundo dados da OMS, estima-se que entre 1990 e 2010, o número de pessoas sofrendo destes transtornos aumentaria de 20 para 35 milhões na América Latina e Caribe.
Para o contexto nacional, Almeida-Filho et al. (1992) em um estudo multicêntrico verificaram taxa de prevalência de 2,8% na cidade de Brasília, 10,2% em Porto Alegre e 1,9% na cidade de São Paulo. Andrade et al. (1999) verificaram, na área de captação do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP, que 16,6% das pessoas já haviam apresentado transtorno depressivo ao longo da vida e que 6,7% o haviam apresentado no ano anterior, tendo as mulheres, duas vezes mais chances que os homens de apresentar algum transtorno deste tipo.
Estudos nacionais revelam que transtornos depressivos, de diversos níveis de gravidade, acometem 20 a 33% dos pacientes internados em enfermarias de clínica médica (Botega e cols., 1995).
O relatório da OMS de 2001 considerou as depressões como as maiores causas de incapacitação para o trabalho, em relação ao número de dias perdidos, levando a um impacto socioeconômico muito alto.
Alguns autores (Fleck et al., 2003; Souza, Fontana e Pinto, 2005; Tanajura et al., 2002; Valentini et al., 2004) levantaram a possibilidade de que as depressões ainda são subdiagnosticadas e subtratadas tanto no Brasil como no resto do mundo.
A este respeito, Fleck et al. (2003) verificaram, em revisão bibliográfica, que de 30% a 50% dos casos não foram diagnosticados em serviços de cuidados primários e outros serviços médicos gerais.

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